Enquanto todos nós ainda estamos com a imagem de Aylan Kurdi muita viva na nossa cabeça - o menino sírio de 3 anos que foi encontrado morto em uma praia da Turquia e cuja foto se tornou uma das mais representativas da crise migratória na Europa – li algo que me fez acreditar um pouco mais na “humanidade do ser humano”.
Li num site de notícias que o milionário norte-americano Christopher Catrambone , passeava com a esposa no belíssimo mar Mediterrâneo, perto da ilha de Malta, quando sua vida e a de milhares de estranhos mudou.
Ao avistar na água um colete salva-vidas boiando, ele perguntou ao motorista do iate o que era aquilo e foi aí que se deparou com uma questão até então por ele ignorada: as milhares de pessoas que saem da África e do Oriente Médio todos os anos rumo à Europa e morrem no mar.
Chocado com a dura realidade, o milionário foi atrás do assunto e decidiu usar metade de suas riquezas para criar a MOAS (Migrant Offshore Aid Station), uma organização não-governamental que oferece resgate e cuidados a esses refugiados, evitando que se afoguem e morram.
O primeiro passo foi comprar um antigo navio da marinha norte-americana, barcos infláveis e drones. Com o auxílio de uma tripulação de voluntários, especialistas em segurança e médicos, eles conseguiram salvar cerca de 3 mil pessoas só nos primeiros meses de operação, em 2014. “Se você é contra salvar vidas no mar, então você é um intolerante e você não pertence à nossa comunidade. Se você permite que o seu vizinho morra no seu quintal, então você é responsável por sua morte“, afirmou Catrambone ao Daily Mail.
O empresário, sua esposa e a filha passam o verão e boa parte da primavera ajudando nas operações de resgate. Como funciona? O navio da MOAS é informado sobre a presença de uma embarcação clandestina em perigo. Usando os drones, verificam a situação e prosseguem o resgate. Todos os passageiros são examinados por voluntários do Médicos Sem Fronteiras. Feito isso, os imigrantes são entregues para autoridades governamentais, que autorizam sua entrada no país.
Catrambone poderia estar curtindo e aproveitando a vida em seu iate como muitos , mas decidiu fazer o que podia para ajudar as pessoas. Isso é lindo. Isso é amor pelo próximo. Se ele tem alguma religião? Eu não sei, mas sei que Deus se revela no amor!!!
Pense nisso e veja o que você pode fazer. Na Síria não dá? Ajude na sua rua, no seu bairro, na igreja... Tudo para que Deus não use conosco uma frase parecida com a do pai de Aylan: "Meus filhos escorregaram das suas mãos".